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A acupuntura na doença oncológica

 

Introdução

Malgrado o esforço que é empregue no conhecimento, na prevenção e em aprimorar tratamentos contra o cancro, a luta contra este flagelo continua a não ter um fim.

Infelizmente as taxas de incidência de cancro continuam elevadas e mesmo a crescer, assim como os tratamentos continuam nem sempre a produzir os resultados esperados, apesar de haver um franco progresso nessa área, com os tratamentos a serem mais eficazes e menos agressivos.

A investigação oncológica tem tido grandes avanços, com o conhecimento do genoma humano a ser uma peça central, o que tem ajudado a identificar melhor os diferentes tipos de cancro e as mutações a eles associadas. Com isto, abriu-se portas para diagnósticos mais precoces (através de testes genéticos e o uso de biomarcadores tumorais) e também o desenvolvimento de terapias direcionadas, que são mais eficientes. Além disso, tem havido um grande avanço na imunoterapia, técnica terapêutica que permite estimular o sistema imunitário a combater o cancro, com resultados muito interessantes e promissores.

Se o caminho tem sido árduo para a humanidade, o futuro é promissor, com a inclusão da nanotecnologia e da inteligência artificial nesta guerra desigual e frenética que é a luta contra o cancro, o que irá permitir a abertura de novas vias terapêuticas ainda mais prometedoras para que, por fim, o cancro deixe de ser demonizado.


A atualidade da luta contra o cancro

Na realidade deste quarto do século XXI, os principais tratamentos contra a doença oncológica são a quimioterapia, a radioterapia, a cirurgia e a terapia hormonal, que, apesar de serem essenciais, têm efeitos indesejados importantes e que afetam o estado de saúde do doente, especialmente as duas primeiras:
- A quimioterapia causa náuseas, fadiga extrema e queda de cabelo, podendo haver outros sintomas conforme a reação do doente, como a anemia, neuropatia periférica, lesão dos rins e fígado, perda de apetite, diarreia, etc.
- A radioterapia é menos agressiva que a quimioterapia, mas ainda assim provoca irritação da pele, fadiga, e conforme a área tratada, pode provocar danos, perturbações fisiológicas ou fibrose na área onde incidiu a radiação ionizante.

Os efeitos colaterais dessas duas terapias oncológicas, que são agressivas, limitam a própria utilização terapêutica, pelo que inúmeras soluções têm sido equacionadas para diminuir o impacto destas na saúde do doente. É por isso que se tem procurado soluções farmacológicas e integração de soluções oriundas das terapias complementares, o faz do acompanhamento do doente oncológico, nos dias de hoje, uma solução de saúde multifacetada.
A acupuntura faz parte destas soluções, e, sendo uma terapêutica não farmacológica, tem havido cada vez mais interesse na sua utilização em conjunto com os tratamentos convencionais. Por revelar-se eficaz de inúmeras formas (como vamos ilustrar mais à frente), tem havido uma aceitação cada vez maior como complemento dos tratamentos convencionais, especialmente por ser uma via importante para fomentar a qualidade de vida do doente oncológico.


Evidências científicas dos benefícios da acupuntura no cancro

Estudos científicos têm abordado os benefícios que a acupuntura traz ao doente oncológico e têm conclusões muito abonatórias para esta terapêutica no combate aos efeitos secundários e ao aumento do bem-estar físico e psicológico do doente, o que de certa forma, pode também ajudar a aumentar a esperança de vida do doente por via indireta. Somente nestes últimos 5 anos, ao se pesquisar “acupuntura e cancro” na PubMed, aparecem mais de 1700 artigos publicados, o que demonstra o grande interesse científico sobre esta matéria.

Por exemplo, em 2020 foi publicado o seguinte estudo de metanálise “The Effects of Acupuncture on cancro-Related Fatigue: Updated Systematic Review and Meta-Analysis” ( https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/1534735420949679 ), que integrava os resultados de nove estudos independentes (seis desses estudos foram considerados de baixo risco de viés, ou seja, foram bem conduzidos e são plenamente confiáveis) sobre os efeitos da acupuntura na fadiga relacionada com o cancro. O resultado final indicou que os pacientes que fizeram acupuntura tiveram uma melhoria importante na fadiga quando comparados com aqueles que receberam acupuntura simulada (placebo) ou foram submetidos a cuidados convencionais para reduzir a fadiga.

É por este estudo e muitos outros que a acupuntura é apontada por organizações de oncologia como uma terapêutica de suporte à doença oncológica verdadeiramente válida. Eis um exemplo do Reino Unido: 

Outro exemplo que podemos citar é relativo ao “Sloan Kettering Institute”, que pertence a uma fundação dos Estados Unidos da América e que se dedica a desenvolver tratamentos para o cancro.
No seu site “Memorial Sloan Kettering Cancer Center”, vem uma importante menção aos benefícios da acupuntura na saúde do doente oncológico: https://www.mskcc.org/news/acupuncture-for-neuropathy-cancro-pain-anxiety-and-more- . Nesta página, é relatado várias situações em que acupuntura pode ajudar a quem sofre de cancro.
Segue uma tradução literal desse conteúdo relativamente a cinco grandes efeitos colaterais dos tratamentos oncológicos (neuropatias, dor oncológica, stress e ansiedade, náuseas, insónias fadiga e afrontamentos):

1- Acupuntura para a Neuropatia (tradução literal)
Alguns medicamentos quimioterápicos são conhecidos por causar neuropatia periférica induzida pela quimioterapia (CIPN), um tipo de dano nervoso que pode incluir dor, dormência, fraqueza e formigueiro, especialmente nas mãos e nos pés. Essa condição pode afetar significativamente a vida diária do paciente, prejudicando o sono, a mobilidade, o equilíbrio e a capacidade de realizar tarefas que exigem controle motor fino, como abotoar as camisas e amarrar os sapatos.
Um ensaio clínico de fase 2 publicado no “European Journal of Cancer” em 2018 estudou se a acupuntura poderia prevenir o agravamento da CIPN em pessoas que estavam recebendo o medicamento quimioterápico paclitaxel (Taxol®) para o tratamento do cancro de mama. Os pesquisadores descobriram que a acupuntura era segura e apresentava evidências preliminares de eficácia na redução da CIPN severa durante a quimioterapia.
Melhoras na CIPN, juntamente com a qualidade de vida, também foram observadas em outro estudo com sobreviventes de cancro, publicado no “The Oncologist” em 2021. Atualmente, os pesquisadores do MSK estão conduzindo um ensaio clínico controlado de fase 3 para determinar se a eletroacupuntura pode ajudar a reduzir a CIPN.

2-Acupuntura para Dor Oncológica (tradução literal)
Pesquisas realizadas no MSK analisaram como a acupuntura pode ajudar a aliviar a dor relacionada ao cancro.
"A dor é um dos sintomas mais comuns e temidos por pacientes com cancro e sobreviventes", diz o Dr. Mao. "Há uma necessidade crítica de estudar as evidências para que possamos fazer recomendações informadas para médicos e pacientes."
Um estudo publicado no “Journal of Clinical Oncology” em 2022 investigou tratamentos para a dor oncológica sem o uso de medicamentos. A pesquisa foi uma colaboração de dois anos entre a “Society for Integrative Oncology” e a “American Society of Clinical Oncology”, e os resultados destacaram o papel importante da acupuntura e de outras terapias integrativas no tratamento do cancro.

Outro estudo, publicado no “JAMA Oncology” em 2021, comparou a eletroacupuntura e a acupuntura auricular com analgésicos tradicionais, incluindo opioides e medicamentos vendidos sem prescrição. Os pesquisadores descobriram que ambas as formas de acupuntura foram mais eficazes do que os tratamentos convencionais na redução da dor musculoesquelética crónica em sobreviventes de cancro.

3- Acupuntura para stress e ansiedade (tradução literal)
O stress e a ansiedade são comuns em pessoas em tratamento para o cancro, desde o momento do diagnóstico, passando pelo prognóstico e tratamento, e até mesmo após a remissão da doença.
Um estudo publicado na revista “Cancer” analisou o efeito da eletroacupuntura no sofrimento psicológico e em outros sintomas em sobreviventes de cancro de mama que apresentavam dor articular devido ao uso de inibidores da aromatase (medicamentos contra o cancro de mama). Os pesquisadores descobriram que, em comparação com os cuidados padrão, a eletroacupuntura melhorou significativamente a ansiedade, a depressão e a fadiga.

4-Acupuntura para Náusea Induzida pela Quimioterapia (tradução literal)
Muitas pessoas sentem náusea e vómito durante a quimioterapia. Isso pode ser causado por vários fatores, incluindo medicamentos que afetam as áreas do cérebro responsáveis pelo controle da náusea e as substâncias que irritam o revestimento do trato digestivo.
Um estudo publicado no “Gynecologic Oncology” descobriu que a acupuntura foi mais eficaz do que o medicamento ondansetrona (usado para tratar a náusea e o vómito) na prevenção da náusea tardia induzida pela quimioterapia.
As pesquisas indicam que a acupuntura estimula a secreção de endorfinas e corticosteroides da hipófise e das glândulas suprarrenais, substâncias que inibem a região do cérebro responsável pelo vómito.

5- Acupuntura para Problemas do Sono, como Afrontamentos, Insónia e Fadiga
"As pessoas frequentemente dizem que o cancro afeta o sono", afirma o Dr. Mao. "Elas têm dificuldade para dormir, acordam várias vezes e se sentem extremamente cansadas durante o dia. Elas estão à procura de alternativas que não envolvam medicamentos para melhorar o sono e a qualidade de vida."
Um estudo com pacientes com cancro de mama, publicado na revista “Menopause” em 2017, mostrou que a eletroacupuntura proporcionou uma qualidade de sono melhor do que a gabapentina, um medicamento usado para tratar os afrontamentos.
Outra pesquisa, publicada no “Journal of the National Cancer Institute” em 2019, descobriu que a acupuntura foi tão eficaz quanto a terapia cognitivo-comportamental na redução da gravidade da insónia em sobreviventes de cancro.
Os pesquisadores sugerem que a acupuntura pode ajudar nos distúrbios do sono ao aumentar os níveis de fator neuro trófico derivado do cérebro, cuja deficiência está associada a um mau sono.


Resumo dos benefícios da acupuntura no cancro

Apesar dos avanços, os desafios persistem. O cancro é uma doença altamente complexa e heterogénea, exigindo abordagens inovadoras e multidisciplinares, e é por isso que a ciência continua a trazer novos recursos para o campo de batalha contra este adversário implacável, sendo um deles a acupuntura. Esta terapêutica é um aliado para a saúde do doente oncológico, pois aporta benefícios que a seguir aludimos.

Diminui os efeitos indesejados dos tratamentos oncológicos, permitindo que o doente possa ter um maior bem-estar físico e psicológico durante esta fase exigente, ao mesmo tempo que possibilita que se possam fazer tratamentos mais incisivos para o cancro do doente, com o corpo a manter um bom nível de funcionalidade se ajudado pela acupuntura.
Assim, como vimos anteriormente, a acupuntura é eficaz no:
- alívio das náuseas e vómitos;
- diminuição da fadiga;
- redução da dor;
- redução das neuropatias;
- melhoria do sono do doente (que normalmente está afetado);
- redução da ansiedade e no combate à depressão.

Mas a acupuntura, além de permitir lutar contra os efeitos colaterais da terapêutica convencional, também é um recurso importante para modular a ação do sistema imunitário, tornando-o mais eficaz a reconhecer e a combater as células cancerígenas, e com isso aumentar a sobrevivência do doente oncológico, quer na fase de tratamento, quer à posteriori, após a remissão do cancro.

Por fim, é de sublinhar que a acupuntura aumenta a vitalidade do doente por uma via natural não hormonal, o que ajuda a aumentar a esperança de vida deste.


As Clínicas Pedro Choy na doença oncológica

As nossas clínicas recebem com muita frequência doentes oncológicos para serem tratados em complementaridade com os tratamentos convencionais, havendo um grande manancial de experiência e de conhecimentos de muitos anos a prestar auxílio nesta área. A nossa história diz que podemos ajudar na luta contra esta doença, mesmo em circunstâncias muito difíceis.
Na doença oncológica em concreto, a nossa ação permite fortalecer o estado de saúde do doente de múltiplas formas, agindo sempre em conformidade e complementaridade com os tratamentos primordiais oncológicos que estão a ser administrados pela unidade hospitalar, respeitando integralmente o programa oncológico estabelecido pelo médico que segue o doente.
Defendemos uma salutar sinergia da medicina convencional com a acupuntura, pois quem fica a ganhar é o doente, não só em bem-estar, mas também porque tem uma maior possibilidade de sobreviver ao cancro e de conseguir recuperar a sua saúde integralmente, e com isso voltar a ter uma vida em pleno.

Para finalizar, queremos expressar a nossa profunda gratidão a todos aqueles que nos procuram nesta doença e que têm confiado em nós.
Por estes pacientes ainda temos mais empatia, e também são os que nos fazem aprofundar a crença na nossa missão sagrada de cuidar do nosso próximo, uma verdadeira partilha de fé, esperança e solidariedade entre doentes e terapeutas.

Se precisar de mais informações, não hesite em contatar as nossas clínicas.

 

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