Introdução
A hipertensão arterial é uma doença comum do sistema cardiovascular e, atualmente, é de fácil diagnóstico. Mas nem sempre foi assim!
Desconhecida durante muitos séculos, passou a ser avaliada clinicamente apenas desde o final do século XIX com a descoberta dos primeiros aparelhos de medição da pressão arterial, o que foi decisivo para o completo entendimento desta doença que, até então, era fatal para uma boa parte dos hipertensos.
Até meados de 1950, a hipertensão foi considerada uma doença sem tratamento. A Dieta de Kempner, que consistia apenas em arroz sem sal e fruta, era a única forma de tratamento conhecida para controlar os seus sintomas, mas insuficiente como medida a longo prazo por ser um regime alimentar descompensado, que levava a desequilíbrios nutricionais.
A partir da década de 50 começaram a aparecer medicamentos que produziam resultados eficazes no controle da pressão arterial, que foram aperfeiçoados nas décadas seguintes, e nos dias de hoje são a terapêutica primária para esta doença.
Mais de um século depois de conhecida esta doença e de sete décadas de desenvolvimento de medicamentos, poder-se-ia pensar que a hipertensão arterial seria uma doença banal, de fácil diagnóstico e tratamento, mas os números que a Fundação Portuguesa de Cardiologia (*) apresenta para Portugal ainda são preocupantes, mostrando que apenas:
- 50% das pessoas sabem que sofrem desta doença.
- 25% das pessoas estão medicadas.
- 11% têm a tensão arterial efetivamente controlada.
O que é a hipertensão?
A hipertensão arterial é uma condição de saúde que surge pelo aumento da pressão arterial, ou seja, ocorre quando a pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias durante a sua circulação é excessiva.
Numa primeira fase, que pode demorar anos, a hipertensão é silenciosa, ou seja, é assintomática. Com o passar do tempo começa a produzir sintomas, tais como dores de cabeça, tonturas, zumbidos e aumento do ritmo cardíaco. Se não for devidamente tratada (e quanto mais cedo melhor) as consequências podem ser desastrosas, com o aparecimento de doenças cardíacas, como a hipertrofia, a insuficiência cardíaca, a angina de peito, a arritmia, pode causar lesões em vasos sanguíneos, que por sua vez podem conduzir a um AVC ou levar a lesões de um órgão (olhos, rins, etc.).
Embora afete mais os adultos, especialmente os idosos, a hipertensão arterial pode atingir pessoas de qualquer idade, inclusive bebés.
Existem muitos fatores que levam ao aparecimento da hipertensão arterial, sendo a maioria associada ao estilo de vida, como a obesidade, a falta de exercício físico, o stress, o consumo em excesso de sal, o consumo de álcool, tabaco e café. Além destes, também existem causas orgânicas que podem levar à hipertensão, tais como doença renal, alterações hormonais, etc.
A hipertensão à luz da medicina chinesa
Desconhecida para a Medicina Tradicional Chinesa clássica, a hipertensão arterial era identificada energeticamente de uma forma indireta, normalmente referida como alterações energéticas do Coração (principalmente), do Fígado e do Rim.
A partir do momento em que a hipertensão arterial passou a ser conhecida e classificada como uma doença pela medicina convencional, também a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) passou-a a considerá-la como uma patologia, ou seja, muito mais do que uma simples alteração energética do organismo.
Segundo a MTC, alterações da tensão arterial são classificadas primariamente como uma alteração energética do Coração (um órgão energético que governa todo o aparelho cardiovascular e cérebro), provocando alterações do fluir natural do sangue nos vasos sanguíneos, fazendo com que a pressão do sangue seja alta ou baixa, dependendo do tipo de síndrome energético que está a atingir o Coração.
No caso da hipertensão, existem várias síndromes energéticas principais a considerar:
Yang, Calor ou Vento do Fígado que invade o Coração
É uma das síndromes energéticas mais comuns que provocam a hipertensão arterial.
Quando o Yang ou o Vento do Fígado invade o Coração, existe a constrição dos vasos, podendo haver patologia energética de natureza aguda (AVC, cefaleias ou tonturas, por exemplo) ou crónica (zumbidos ou arritmias, por exemplo). Tal ocorre com frequência em situações de stress, insónia ou até por alterações do equilíbrio energético do Fígado (por vazio do seu Yin) quando existem doenças hepáticas associadas a esteatose hepática (fígado gordo) ou cirrose.
O Calor do Fígado leva a um aumento do Calor do Sangue do Coração, que prejudica a saúde dos vasos sanguíneos. É geralmente menos aguda e mais silenciosa, provocando geralmente patologia de natureza crónica, tal como acontece quando o colesterol e/ou triglicerídeos elevados obstruem os vasos sanguíneos.
Calor do Sangue
O Calor excessivo no Sangue (provocando Calor no Coração) prejudica a saúde dos vasos sanguíneos, levando-os a ficar obstruídos e a estreitar. Geralmente esta síndrome energética acontece com o consumo excessivo de álcool e drogas (tabaco incluído) ou numa alimentação demasiado Yang (com excesso de açúcar, gordura e substâncias químicas).
Vazio do Qi ou do Yang do Baço-Pâncreas
Por vazio do Qi (ou do Yang) do Baço-Pâncreas surge a acumulação de fleuma (humidade-calor) no organismo, que muitas vezes invade os vasos sanguíneos e provoca a hipertensão arterial. É frequente nos casos de pessoas que sofrem de obesidade e diabetes, por exemplo.
Vazio do Yin do Rim
O Rim tem diversas funções essenciais no organismo, sendo uma delas a gestão dos líquidos orgânicos e humores (quantidade, qualidade e distribuição), pelo que quando o Rim deixa de limpar e excretar corretamente os líquidos orgânicos, este facto terá impacto na volemia e nas impurezas que circulam no Sangue, aumentando a pressão arterial.
Vazio do Yang do Rim
O Yang do Rim deixa de suportar o Yang cardíaco, deixando-o instável, fazendo com que ele perca o controle correto dos vasos. É frequente em certos tipos de hipertensão que aparecem quando surgem alterações hormonais (como na menopausa, por exemplo).
Tratar a hipertensão nas Clínicas Pedro Choy
A hipertensão arterial tem como origem uma síndrome ou a combinação de várias síndromes energéticas, pelo que a avaliação integral do estado de saúde do paciente é obrigatória para um tratamento eficaz através da MTC.
Por ser uma doença profunda, muitas vezes crónica, um tratamento para a hipertensão através da MTC, utilizando toda a expertise do Método Pedro Choy, deve ser implementado conjugando as principais terapêuticas que compõem a medicina chinesa, ou seja, deve ser tratada através de Acupuntura, Fitoterapia Chinesa e eventualmente Tuina, para que os resultados sejam mais consistentes e rápidos. Todas estas terapêuticas são seguras, não têm efeitos colaterais e podem ser utilizadas em complementaridade com os tratamentos da medicina convencional, nomeadamente os medicamentos (que são essenciais para o controle da doença enquanto esta existir).
Como em muitas outras doenças, o acompanhamento ideal será recorrer a ambas os sistemas terapêuticos, porque cada uma traz efeitos adicionais ao tratamento do hipertenso:
- A Medicina Convencional, através dos seus meios de diagnóstico e medicamentos, permite uma monitorização e o adequado controlo dos sintomas da doença.
- A MTC, por intermédio do seu entendimento energético da doença e capacidade de restabelecer o bom funcionamento do organismo, permite melhorar a doença de fundo, e não apenas os sintomas, dando ao paciente a possibilidade de ver a sua doença regredir, mais do que apenas a controlar.
O tratamento da hipertensão é um exemplo de simbiose perfeita entre duas formas de tratar em prol da saúde global do doente.
Conclusão
A Medicina Tradicional Chinesa pode ser uma resposta eficaz e importante para o tratamento da hipertensão arterial, especialmente nos casos em que esteja descontrolada, mesmo sob efeito de medicamentos.
Por conseguir melhorar ou corrigir os desequilíbrios energéticos que estão a despoletar a doença, os nossos tratamentos podem reverter ou amenizar consideravelmente a hipertensão, com a vantagem de ser uma forma segura e natural de normalizar a função cardiovascular.
Lembrando que as patologias cardiovasculares são as principais causas de morte ou incapacidade do ser humano, então, o correto tratamento da hipertensão pode ajudar a dar ao doente uma vida mais longa e com mais saúde física e mental.
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(*) Disponível em: [https://www.fpcardiologia.pt/saude-do-coracao/factores-de-risco/hipertensao/] - acesso em: 24/05/13.